Wednesday, June 08, 2005

 

Dr. Vlasak - VIVISSECÇÃO - ANIMAIS EM LABORATÓRIOS




Dr. Jerry W. Vlasak, Médico Cirurgião - Estados UnidosTrauma Surgeon, San Bernardino County Medical Center; Trauma Surgeon, Loma Linda University Medical Center; Level I Trauma Center- All aspects of Trauma/ Critical Care; Associate Director of Surgery, Waterbury Hospital Health Center; Full-time involvement with resident education; Director, Surgical Intensive Care Unit; Associate Director, Trauma Services; Private Practice, Santa Barbara County, California; Founded and developed Central Coast Surgical Group.
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Técnica cirúrgica»
Você acredita que o uso de animais durante a educação médica é indispensável para o ensino de técnica cirúrgica? Porquê?
Dr. Vlasak: Obviamente que não. Nenhum cirurgião nos EUA aprendem cirurgia praticando em animais. Apenas uma universidade daqui requer animais de laboratório, e todas oferecem alternativas para a dissecção animal. Animais são tão diferentes em tantos aspectos, e a prática provinda deste tipo de experimento não são confiáveis quando praticamos a medicina humana. Mais importante, como podemos esperar que jovens cirurgiões desenvolvam sensibilidade, quando eles são ensinados a matar animais saudáveis.
Que tipo de alternativas você sugeriria para a substituição dos animais durante o treinamento cirúrgico?
Dr. Vlasak: Como citado anteriormente, animais não são utilizados para se aprender técnicas cirúrgicas nos EUA. Os animais ainda são usados em pesquisa básica, não porque eles são um bom meio para se aprender mais, mas porque tal prática é tão estabelecida, e há tanto dinheiro sendo gerado pela indústria animal-biomédica.
Que tipos de prejuízos (éticos, psicológicos, etc.) o uso de animais na educação médica pode causar ao estudante de medicina?
Dr. Vlasak: Como um jovem médico pode justificar a matança de um ser saudável para se aprender o que pode ser facilmente aprendido, em um nível muito mais real, através do uso de simulações de computadores e ambientes clínicos? Muitos estudantes de medicina nos EUA tem tido uma posição muito forte contra a matança de animais nas faculdades, e tem sido os grandes responsáveis pela substituição dos animais de laboratório. Mesmo em faculdades de veterinária os estudantes estão substituindo o animal de laboratório por experiências clínicas e outros métodos de ensino.
Cirurgiões daqui dizem que o estudante deve estar em contato com tecidos vivos, e que sem isso é impossível aprender a técnica cirúrgica. Alguns desconhecem universidades pelo mundo que não utilizem tecidos vivos para o ensino de cirurgia. É verdade?
Dr. Vlasak: Nos EUA, a cirurgia é ensinada por cirurgiões mais experientes, conduzindo jovens residentes através de procedimentos cada vez mais complicados na sala de operações humanas. O tecido vivo é usado, como também se aprende corretamente sobre fisiologia e anatomia humana. Gostaria de repetir que nenhum cirurgião nos EUA aprendem cirurgia em animais não-humanos.
E alguns deles também afirmam que mesmo que não se exija o uso de animais durante o período de graduação, certamente utilizarão após a graduação. É verdade?
Dr. Vlasak: Como expliquei acima, o treinamento em animais na graduação e pós graduação não é requerida, mas usualmente existe uma opção para aqueles que desejam realizá-la. Mesmo no treinamento cirúrgico, é uma opção estritamente de pesquisa orientada, e não é obrigatória. Apenas nas escolas de medicina das forças armadas existe a exigência de dissecção no currículo. Enfim, os estudantes não são exigidos na prática de dissecção em estágios mais avançados.
É possível ser um bom cirurgião sem ter aprendido com animais?
Dr. Vlasak: Sou um bom cirurgião, e não aprendi em animais.
Você pode explicar mais sobre o período de residência (por exemplo), onde os estudantes estão em contato com pacientes humanos e aprendem métodos cirúrgicos em seres humanos?
Dr. Vlasak: Temos um período de 5 a 7 anos de residência em cirurgia nos EUA. Começando no primeiro ano, os residentes são conduzidos através de operações simples, como reparos de hérnia e biópsias de mama, com um cirurgião mais experiente supervisionando atentamente. Desta forma se ensina as técnicas de tecido corretamente, e é combinado com o ensino didático da sala de operação e enfermarias. A medida em que o período de residência avança, o residente vai tendo contato com operações cada vez mais complexas, sempre sob supervisão de um cirurgião experiente.
Realidade virtual e outras tecnologias não dão ao estudante informações importantes sobre sinais vitais, hemorragias, tato. É verdade?
Dr. Vlasak: A realidade virtual está ficando cada vez melhor com o passar do tempo. Especialmente na área de cirurgia laparoscópica, alguns dos simuladores são recursos muito bons no ensino de destreza e coordenação olho-mão.
Algum comentário adicional?
Dr. Vlasak: Os animais não somente são desnecessários e raramente usados na educação médica nos EUA, como a ausência da matança de indivíduos saudáveis propicia o ensino da compaixão e preocupação nos jovens médicos. Eu estive viajando pela Europa oriental, onde as técnicas não-animais são adotadas com entusiasmo, e novas simulações de computadores foram apreciadas. O uso de animais não-humanos para ensinar medicina humana é um conceito do passado, e está sendo substituído por alternativas mais eficazes e humanas.

Entrevista concedida à Thales Tréz em dezembro 1999

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