Wednesday, June 08, 2005

 

VIVISSECÇÃO E TESTES EM ANIMAIS

Medicina humana e o ensino de cirurgia com cães

A utilização de animais na medicina para o ensino de técnicas operatórias é comum em todas universidades brasileiras que ofereçam o curso de medicina humana ou veterinária. É tida, também, como uma prática comum e aceitável pela grande maioria dos professores, e que tem se perpetuado através da falta de debate e questionamentos acerca de tais práticas. A mudança deste aspecto educacional na medicina é uma mudança de paradigma, de um velho e arcaico modelo de medicina humana baseada na medicina veterinária, para um novo conceito de medicina baseado no respeito à vida, na prevenção, nas pesquisas clínicas e no bom senso.

As práticas de vivissecção, como são conhecidas, são regulamentadas pela lei 6368 de 1979. Mas com a publicação da Nova Lei de Crimes Ambientais de 1998 (Art 32, § 2), toda prática de cunho científico ou educacional, que cause sofrimento ao animal, constitui crime caso existam alternativas. A pena é aumentada se o animal é morto ao final do experimento.

Preocupações com o tratamento humano de animais de laboratório, o grande número de animais utilizados a cada ano nos programas de práticas cirúrgicas, e o custo elevado de manutenção destes animais levaram a muitas instituições a reavaliar seus métodos de ensino. A tendência é se diminuir o número de animais usados para propósitos de ensino e substituí-los por alternativas aceitáveis.
Segundo Jane Smith, do Departamento de Ciência e Ética Biomédica da Universidade de Birmingham, na Inglaterra, de acordo com os termos da lei de 1986, animais vivos não podem ser utilizados por cirurgiões ou outros para aprender ou aperfeiçoar suas técnicas. A única exceção para esta regra é a prática de microcirurgia, e esta só pode ser realizada por cirurgiões qualificados. Estudantes de medicina e veterinária devem aprender cirurgia através do aprendizado, trabalhando sob supervisão em pacientes animais (humanos ou não) que necessitem de tais procedimentos. O Prof. David B. Morton, do Head Centre for Biomedical Ethics, da University of Birmingham, afirma: “ todos cirurgiões britânicos aprendem cirurgia sem o uso de animais vivos.”
Nos EUA, o treinamento em animais na graduação e pós graduação não é requerida, mas usualmente existe uma opção para aqueles que desejam realizá-la. Mesmo no treinamento cirúrgico, é uma opção estritamente de pesquisa orientada, e não é obrigatória. Apenas nas escolas de medicina das forças armadas existe a exigência de dissecção no currículo. Enfim, os estudantes não são exigidos na prática de dissecção em estágios mais avançados. Ainda segundo o cirurgião: “Os animais não somente são desnecessários e raramente usados na educação médica nos EUA, como a ausência da matança de indivíduos saudáveis propicia o ensino da compaixão e preocupação nos jovens médicos. Eu estive viajando pela Europa oriental, onde as técnicas não-animais são adotadas com entusiasmo, e novas simulações de computadores foram apreciadas. O uso de animais não-humanos para ensinar medicina humana é um conceito do passado, e está sendo substituído por alternativas mais eficazes e humanas.”

Direitos Estudantis
Os estudantes de medicina também são assegurados de direitos. Segundo a AMSA (American Medical Students Association - 1993), “o uso de animais na medicina é justificado se tal uso salvar ou beneficiar vidas humanas (1986), e reconhece o fato de que os avanços no conhecimento científico tem sido realizado através de métodos que não requerem o uso de animais (1993)”. Segue ainda: “Sobre a obrigatoriedade da participação em práticas de vivissecção: EXIGE que todas aulas e laboratórios que envolvam o uso de animais vivos sejam opcionais para os estudantes que, por razões morais ou pedagógicas, acreditam que tal uso é injustificado ou desnecessário(1993); CONDENA a prática de intimidação aos estudantes de medicina, forçando-os à aulas e laboratórios que utilizem animais vivos(1986); Sobre as alternativas à animais de laboratório: EXIGE que materiais educativos alternativos, como vídeos e simulações por computadores, sejam providas para os estudantes que não optem por aulas e laboratórios que utilizem animais vivos (1986); EXIGE a produção de um catálogo de tais materiais educacionais alternativos (1986); ENCORAJA a utilização de materiais e métodos didáticos que não requeiram a utilização de animais na educação médica (1993).”
Muitos acreditam que a totalidade dos estudantes de medicina concordam com tais práticas. Porém, resultados de pesquisas mostram que os estudantes tendem a não expor seus questionamentos devido ao medo de repreensão, reprovação e humilhação por parte dos colegas e professores. O ambiente criado pelos professores muitas vezes não é aberto para preocupações éticas de estudantes em relação ao uso de animais para a educação. Parece haver um desestímulo ao estudante de expor abertamente suas objeções à um exercício que requeira o uso de animais. O que se espera de um estudante neste ambiente é que passe pela utilização de animais sem reclamar, mesmo que vá contra suas convicções éticas.
O biólogo conceituado George Russell não acredita que a vivissecção possa tornar a pessoa mais capaz ou humana. A cada vez que ele mata um animal, este estudante se torna cada vez mais insensível. Tais práticas levam a danos sistemáticos e progressivos na capacidade de sensibilidade e produz mudanças de personalidade que, na sua opinião, são perceptíveis para quem tem conhecimento sobre psicologia e psiquiatria. Uma pessoa que pode inflingir sofrimento em seres indefesos pode fazer o mesmo com seres humanos.
Segundo a médica veterinária alemã, Dra Corina Gericke, “os estudantes de tornam insensíveis e duros quando usam animais para seu estudo. Estudantes de medicina e doutores deveriam ter respeito pela vida, incluindo a vida de animais”.
Tais procedimentos podem acarretar em danos psicológicos ao estudante. O simples fato do estudante se submeter à uma prática obrigatória que vai contra seus princípios morais (quando existentes) é algo de grande relevância. Muitos estudantes simplesmente não expressam seu desconforto ou oposição à tais procedimentos com medo de alguma repercussão ou repreensão acadêmica. Logicamente, comparado ao tédio de leituras em salas de aula, os estudantes gostam da oportunidade de estar no meio de equipamentos cirúrgicos e participam de tais práticas. Porém, eles podem obter tais oportunidades observando procedimentos necessários em salas de operações humanas. Os estudantes podem gostar de tais práticas em laboratórios, uma vez que são seus primeiros contatos com experiências médicas, mas eles podem experimentar esta excitação observando uma cirurgia humana.
Um estudo recente feito nos Estados Unidos mostrou que aproximadamente 25% dos estudantes de medicina se opõem ao “cão de laboratório”, e que o número de estudantes descontentes com o uso de animais “tende a ser maior que o número de estudantes que expressam seus sentimentos”. Outra pesquisa mostrou que “apenas um pequeno número de estudantes inequivocadamente afirmaram não terem nenhum problema com a utilização de animais”.
Através da vivissecção, muitas coisas são ensinadas além da técnica operatória em si. Valores pessoais do professor são transmitidos, além de uma carga pedagógica que cultiva a submissão, obediência e o não-questionamento. Valores estes que contribuem para a rigidez das condutas humanas (no sentido mais negativo possível) e para a estagnação de conceitos e idéias.

O Sacrifício
A morte dos animais ao final do experimento (por “eutanásia” – que significa morte sem sofrimento) pode ser o menos pior do que as práticas de “surgical survival”, onde os animais são observados após intervenções cirúrgicas para se observar a recuperação, que costumam ser dolorosas em agonizantes.
Depoimentos de estudantes de medicina registram a superficialização dos animais durante os procedimentos cirúrgicos. O anestésico não tem uma ação constante no organismo do animal, e seu efeito vai passando com o tempo da experiência. A nova aplicação de anestésico deve ser realizada quando o animal começa a demonstrar este efeito, ou seja, quando começa a recobrir a consciência. Uma dose muito elevada de anestésico poderia matar o animal, como é feita ao final dos experimentos. Um dos depoimentos registra a “agonia” que a estudante sentia tendo que realizar os procedimentos cirúrgicos em animais que não paravam de gritar. Já o estudante cita como “tragicômica” a cena em que presenciou um animal se levantando ao meio do experimento, com seu abdômen aberto, mas dizendo que em seguida a situação fora contornada.
A primeira experiência clínica de um paciente não deveria valorizar a vida? Lidar com pacientes envolve muito mais que apenas fisiologia, farmacologia e cirurgia. Envolve aconselhamentos, escutar as necessidades e, acima de tudo, ajudar ao invés de prejudicar. Estas são uma das razões do porque universidades médicas de ponta expõem o estudante em clínicas e salas de operação no seu treinamento, e eliminaram o uso de animais de laboratório.

O famoso médico francês Dr. Albert Schweitzer, disse: “O homem pensante deve se opor a qualquer costume cruel, não importando o quanto esteja enraizado na tradição ou envolto em um halo... Precisamos de uma ética ilimitada em que se inclua os animais também”.

A Justificativa
A pergunta mais comum que se faz por parte dos defensores da vivissecção é a seguinte: “você preferiria utilizar um cão ou a sua mãe?”. Se quisermos manter a discussão num nível sério, tal pergunta não deve ser considerada. Ela remete mais a apelos sentimentalistas do que a fatos morais e científicos.
É provável que muitas pessoas “não entregariam suas mães para serem operadas por um cirurgião treinado na realidade virtual”, mas parece muito mais ameaçador entregar a mãe, ou quem quer que seja, à um cirurgião que até então tinha em sua frente um cão. A anatomia dos cães diferem bastante da humana. Aspectos inumeráveis sobre o cão – da quantidade de pressão necessária para promover uma incisão na pele até o tamanho e localização dos órgãos internos - são diferentes em humanos. Certamente, menos cuidado é tomado na prevenção de efeitos colaterais em procedimentos feitos em cães do que seriam tomados em pacientes humanos. A medicina humana, baseada na medicina veterinária oferece uma série de riscos à saúde humana.
Uma das considerações importantes que devem ser analisadas para se verificar o sucesso de uma intervenção cirúrgica é a recuperação do paciente. A técnica em si é importante, mas ela inevitavelmente depende da observação pós-operatória do paciente, que dirá se a técnica foi bem aplicada ou não. O que dizer dos animais que, após sofrerem intervenção na Técnica Operatória, são mortos? Como avaliar o sucesso da intervenção? Como avaliar o aprendizado do estudante.


O Objeto de Estudo
Como já foi dito antes, a medicina humana que se baseia na medicina veterinária é perigosa. Um dia será melhor irmos para um veterinário quando ficarmos doentes, pois os animais tem sido os principais modelos biomédicos para se compreender e combater as enfermidades humanas.
Cada espécie de animal são entidades biomecânica e bioquimicamente diferentes. Cada espécie difere não somente dos humanos, mas também entre os indivíduos, anatomicamente, fisiologicamente, geneticamente e histologicamente. O cão é diferente do gato e o gato é diferente do rato. O rato também é diferente do camundongo. E todos são diferentes dos humanos.
Cães tem uma disposição de órgãos diferente da encontrada nos humanos (obviamente), e a textura e elasticidade dos tecidos vivos são diferentes, assim como o coeficiente de vazão sanguínea. A dose de anestésico utilizada para manter os cães anestesiados também não é a mesma que para se manter humanos na mesma condição. Assim como não podemos aprender sobre anatomia felina utilizando cadáveres humanos, não podemos aprender anatomia humana utilizando cães saudáveis.

O Conflito
Como lidar com esta situação conflitante? Estudantes que estão se formando para que possam cuidar de pessoas doentes estão matando animais sadios. Segundo o sociólogo Arnold Arluke “eles são treinados para reduzir ou eliminar o sofrimento, promover a saúde, e cuidar dos doentes compassivamente, mas são exigidos à realizarem ações que questionam estes objetivos e desafiam suas identidades profissionais emergentes.”
“Embora o cão de laboratório seja uma breve experiência na educação médica, ela pode servir como um poderoso lembrete de que habilidades técnicas podem ser aguçadas se se reprimir ou suspender questões morais. Embora seja verdade que muitos estudantes declarem algum conflito ético quando se encontram próximos às práticas, eles não são encorajados pelos instrutores a expressarem ou examinarem suas preocupações. Se morais ou emocionais, estas preocupações são definidas pela medicina institucional como questões pessoais para cada estudante lidar com elas e transcendê-las. Os poucos estudantes que articulam suas preocupações acabam vendo estas questões sendo facilmente resolvidas com a ajuda de definições “competitivas” oferecidas prontamente pela faculdade e amigos, de forma que não apresentam nenhum conflito sério ou causem reflexões prolongadas. Em resumo, eles aprendem que é aceitável, realmente necessário, suspender questões “fortes” de maneira a continuar com seu aprendizado “real”, que fazem mais com excitação e admiração do que temores morais. A fascinação e excitação dos estudantes de medicina são talvez um reflexo não somente de transformações na sua forma de ver os animais, mas em como eles vêem a si mesmos”.
As Alternativas:
Não existe uma alternativa milagrosa para que se substitua os animais no ensino de técnica operatória. Existe uma interação de alternativas, umas que atuarão como principais, e outras como auxiliares. Como principal, poder-se-ia afirmar que ela se daria da seguinte forma:
O estudante de medicina tem um período de residência maior que o usual. Neste período, realizado em hospitais ou pronto-socorros, o estudante vai tendo contato com a realidade destes estabelecimentos e inicialmente observando as cirurgias feitas em pacientes que realmente necessitam de cirurgia. Com o tempo, este estudante vai realizando intervenções cirúrgicas simples e gradualmente, mais complexas. Tudo isso sob a condição de estar sendo supervisionado severamente por um cirurgião responsável, que o orientará cuidadosamente. Além de ensinar ao estudante a técnica de cirurgias gradativamente, e em pacientes reais, o estudante tem contato com o paciente humano, e aprende também a lidar com os sentimentos que envolvem qualquer intervenção cirúrgica, como medo, insegurança, desconforto. Tudo isso possibilita a sensibilização do estudante diante de todo o quadro clínico que cerceia uma cirurgia. Este método também possibilita a observação da recuperação do paciente, expondo o estudante aos seus estados psicológicos e fisiológicos, humanizando-o. É importante salientar que estes pacientes não são cobaias, como procuram se defender retoricamente os que defendem a utilização de animais. Todo este procedimento é realizado com respeito a vida, e procurando ajudar o paciente – isto não é anti-ético. Outra vantagem deste método é o essencial contato com o tecido vivo que o estudante deve ter – um tecido humano, e não de outro animal.

Na Alemanha, segundo a médica veterinária Dra. Corina Gericke, “depois de 6 anos na universidade, os estudantes alemães de medicina devem fazer um ‘ano prático’, que é dividido em 3 partes: medicina interna, cirurgia e uma parte optativa. É aí que começa a se aprender cirurgia. Leva diversos anos de prática e experiência para se tornar um bom cirurgião. Não se espera aprender tudo isso em um curto período na universidade.” Segundo ela, “você não pode ser um bom cirurgião quando aprende com animais. ”

Nos EUA, o cirurgião Dr. Jerry Vlasak também demonstra como é este período: “temos um período de 5 a 7 anos de residência em cirurgia nos EUA. Começando no primeiro ano, os residentes são conduzidos através de operações simples, como reparos de hérnia e biópsias de mama, com um cirurgião mais experiente supervisionando atentamente. Desta forma se ensina as técnicas de tecido corretamente, e é combinado com o ensino didático da sala de operação e enfermarias. A medida em que o período de residência avança, o residente vai tendo contato com operações cada vez mais complexas, sempre sob supervisão de um cirurgião experiente.”
Todo este conhecimento é reforçado paralelamente com a utilização de métodos não-animais que chamarei de “auxiliares” de aprendizado, como a realidade virtual, microcirurgia em placentas, cultivo de tecidos e órgãos humanos, técnicas de imageamento não-invasivas, simulações em computadores, modelos matemáticos, maquetes humanas, estudos em cadáveres, etc.
Muitos artigos publicados tem comprovado a eficiência de tais métodos alternativos, comprovando que muitas vezes ele poder ser mais eficiente do que as práticas tradicionais de vivissecção.

Thales Trez, Biólogo e Coordenador InterNICHE (1999)





 
A ciência no caminho errado
Irene Alleger
A história da medicina alopática começou com a “teoria dos germes” de Louis Pasteur, o conceito de que organismos do ambiente externo penetram no corpo e causam doenças. Portanto, matar esses germes invasores com uma “bala de prata” (medicamento) tornou-se o paradigma médico do Século 20. A idéia mecanicista de Pasteur — encontrar a cura (medicamento) certa para cada germe — produziu o crescimento do império farmacêutico e o seu domínio sobre a medicina moderna.
Na mesma época, segunda metade do Século 19, dois outros cientistas investigavam as causas das doenças e chegavam a conclusões diferentes. Claude Bernard e Antoine Béchamp acreditavam que organismos já existentes no corpo provocavam uma doença somente quando o corpo ficava desequilibrado e os organismos se tornavam tóxicos.
A microscopia e a técnica laboratorial do Século 19 eram insuficientes para comprovar suas alegações e Pasteur, ostentoso, convenceu as autoridades médicas com dados (desde então comprovados como sendo fraudulentos) de que seu paradigma simples era uma solução para os males que afligem o homem.
Nos 150 anos desde o nascimento dessa teoria, ela tornou-se tão arraigada que hoje quase não é discutida na medicina. A teoria de germes de Pasteur tornou-se a base para o tratamento de sintomas com produtos farmacêuticos — a medicina oficial do mundo ocidental. Mas, será que está correta?
Pensar de outra forma mudaria drasticamente nosso sistema de saúde. Em seu livro “The Curse of Louis Pasteur” (A Maldição de Louis Pasteur), a autora Nancy Appleton documenta a crescente mortalidade e morbidade causadas por medicamentos — hoje, uma das principais causas de óbito nos Estados Unidos — apesar dos bilhões de dólares gastos em pesquisas. Estarão os medicamentos fazendo mais mal do que bem?
E o que dizer do aumento de supergermes — organismos que sofreram mutações, tornando-se resistentes aos medicamentos — e o medo de epidemias que poderão surgir no futuro? Poderia Pasteur prever as conseqüências da matança indiscriminada de germes? A teoria dos germes tirou a responsabilidade dos ombros do indivíduo passando-a para a comunidade médica, onde tornou-se um comércio empresarial com ênfase em lucros e não saúde.
A autora, renomada nutricionista, mostra como o distúrbio da química corporal dá início a inúmeras mudanças prejudiciais, que conduzem a doenças degenerativas e a um terreno tóxico que produz mutações. Seu exame minucioso da obra de Pasteur confirma o caminho errado que a medicina tomou no século passado. Se Béchamp, Enderlein e Nessens estão certos, nós temos responsabilidade pelo nosso estado de saúde. As epidemias de doenças infecciosas do passado ocorreram devido às condições de vida anti-higiênicas, que proporcionavam aos germes nocivos o ambiente externo ideal para tornarem-se mortais. Se o ambiente interno do corpo humano se tornar “anti-higiênico”, não deve surpreender se ele também provocar doenças.

Fonte: Townsend Letter for Doctors & Patients, agosto/setembro 2000
http://www.taps.org.br/rumos04.htm
 
O grande mestre da biologia molecular,Erwin Chargaff, disse:
"Como limite moral da ciência exijo, como mínimo, que não deturpe a natureza; que não torne o homem desumano. Receio, porém, que da maneira que hoje é praticada, a ciência esteja a ponto de obter justamente esses dois resultados"
 
Como as indústrias farmacêuticas
"enganam" as publicações médicas

Antony Barnett
Gigantes farmacêuticas contratam autores fantasmas para produzir artigos — e colocam nomes de médicos neles.

Centenas de artigos em periódicos médicos que deveriam ter sido escritos por acadêmicos ou médicos, foram escritos por autores fantasmas contratados por laboratórios farmacêuticos, como revela uma investigação da publicação The Observer.
Esses periódicos, bíblias da profissão, exercem enorme influência sobre quais medicamentos os médicos receitam e o tratamento proporcionado pelos hospitais. Porém, o periódoco The Observer obteve provas de que muitos artigos escritos por assim chamados acadêmicos independentes, podem ter sido escritos por autores a serviço de agências que recebem grandes somas das indústrias farmacêuticas para fazer propaganda dos seus produtos.
Estimativas sugerem que quase metade de todos os artigos publicados em periódocos, são de autoria de escritores fantasmas. Enquanto os médicos que colocaram seus nomes nesses trabalhos são geralmente muito bem pagos por '"emprestar" sua reputação, os escritores fantasmas permanecem ocultos. Eles, e o envolvimento das indústrias farmacêuticas, raramente são revelados. Esses trabalhos endossando certos medicamentos são exibidos perante os clínicos como pesquisa independente, para persuadi-los a receitar os medicamentos.
Em fevereiro, o New England Journal of Medicine, foi forçado a revogar um artigo publicado no ano anterior, por médicos do Imperial College em Londres, e do National Heart Institute, sobre o tratamento de um tipo de problema cardíaco. Veio à tona o fato de que vários dos autores arrolados, tinham pouca ou nenhuma relação com a pesquisa. A fraude somente foi revelada quando o cardiologista alemão, o Dr. Hubert Seggewiss, um dos oito autores relacionados, telefonou para o editor do periódico para dizer que nunca tinha visto qualquer versão do trabalho publicado.
Um artigo publicado em fevereiro último no Journal of Alimentary Pharmacology, especializado em distúrbios do estômago, envolveu um autor trabalhando para o gigante farmacêutico AstraZeneca — um fato que não foi revelado pelo autor. O artigo, escrito por um médico alemão, reconhecia a "contribuição" da Dra. Madeline Frame; porém, não admitia a sua condição de autora sênior da AstraZeneca. O artigo, apoiava o uso de um medicamento chamado Omeprazole — de fabricação da AstraZeneca — indicado para úlceras gástricas, apesar de pareceres revelando mais reações adversas do que os medicamentos similares.
Poucos dentro da indústria têm coragem suficiente para romper o silêncio. Entretanto, Susanna Rees, assistente editorial de uma agência de trabalhos sobre medicina até 2002, ficou tão preocupada com o que tinha testemunhado, que mandou uma carta para o website do British Medical Journal. “As agências que escrevem artigos médicos fazem tudo que é possível para esconder o fato de que os trabalhos que escrevem e submetem a periódicos e eventos, são escritos por fantasmas a serviço das empresas farmacêuticas, e não pelos autores apontados”, escreveu ela. “O sucesso desses trabalhos fantasmas é relativamente alto — não enorme mas consistente”.
Susanna Rees disse que como parte do seu trabalho, ela devia assegurar que em nenhum artigo a ser eletronicamente submetido tivesse qualquer vestígio quanto a origem da pesquisa. “Um procedimento padrão que usei, estabelece que antes que um trabalho seja submetido a um jornal eletronicamente ou em disco, o assistente editorial precisa abrir o arquivo do documento no Word e eliminar os nomes da agência responsável pela redação ou da agência de autores fantasmas ou da companhia farmacêutica e substituí-los pelo nome e a instituição da pessoa que foi convidada pela indústria farmacêutica (ou da agência que atua em seu nome), a ser apontada como autor principal, embora não tenha contribuído para o trabalho”, escreveu ela. Quando entraram em contato com ela, ela se recusou a dar detalhes. “Assinei um acordo de confidencialidade e estou impedida de fazer comentários”, disse ela.
Um autor que tem trabalhado para diversas agências, não quis ser identificado por receio de não conseguir trabalho novamente. “É verdade que algumas vezes a empresa farmacêutica pague um autor de assuntos médicos para escrever um artigo apoiando um medicamento em particular” disse ele. “Isso significa usar toda a informação publicada para escrever um artigo explicando os benefícios de um tratamento em particular. Depois, um médico conhecido será procurado para assinar o trabalho. Esse será submetido a um periódico sem que alguém saiba que um autor fantasma ou uma indústria farmacêutica está por trás disso. Eu concordo que isso seja provavelmente anti-ético, mas todas as empresas estão fazendo isso”.
Um campo onde os artigos-fantasmas vem se tornando um problema crescente é a psiquiatria. O Dr. David Healy, da Universidade de Wales, estava realizando pesquisas sobre os possíveis perigos dos antidepressivos, quando o representante de um fabricante de medicamentos lhe mandou um e-mail oferecendo ajuda. O e-mail , visto pelo The Observer, dizia: “Para reduzir a sua carga de trabalho a um mínimo, pedimos que nosso autor-fantasma produzisse um rascunho baseado no trabalho publicado por V.S.a. Veja o anexo”. O artigo era uma resenha de 12 páginas, a ser apresentada em um evento em data próxima. O nome do Dr. Healy aparecia como único autor, embora nunca tivesse visto uma única palavra desse trabalho antes. Como não gostou da brilhante resenha do medicamento em questão, ele sugeriu algumas mudanças.
O fabricante respondeu, dizendo que ele não tinha notado alguns pontos “comercialmente importantes”. O trabalho-fantasma apareceu finalmente no congresso e em um periódico psiquiátrico em sua forma original — porém com o nome de outro médico. O Dr. Healy disse que tais fraudes vem se tornando mais freqüentes. “Acredito que 50 por cento desses artigos sobre medicamentos nos principais periódicos médicos não são escritos na forma que a pessoa comum espera... As provas que tenho visto sugerem que uma significativa proporção dos artigos em periódicos, como o New England Journal of Medicine, o British Medical Journal e o Lancet, foram escritos com a ajuda de agências”, disse ele. “Não são mais que informações comerciais pagas pelas empresas farmacêuticas”.
Nos Estados Unidos, em um caso levado à justiça contra a indústria farmacêutica Pfizer, apareceram documentos internos dessa empresa mostrando que ela empregava uma agência de autores de assuntos médicos de New York. Um dos documentos analisa artigos sobre o antidepressivo Zoloft. Em alguns dos trabalhos faltava somente uma coisa: o nome de um médico. Na margem, a agência tinha colocado as iniciais TBD. O Dr. Healy acha que significam to be determined (a ser determinado).
O Dr. Richard Smith, editor do British Journal Of Medicine, admitiu que os artigos-fantasmas são um “grande problema”. “Estamos sendo enganados pelas companhias farmacêuticas. Os trabalhos vem com os nomes de médicos e, freqüentemente, descobrimos que alguns deles não têm a menor idéia a respeito do que escreveram”, disse ele. “Quando descobrimos , rejeitamos o trabalho; mas é muito difícil. De certa forma, nós mesmos causamos o problema ao insistir que qualquer envolvimento com uma empresa farmacêutica, seja divulgado. Encontraram caminho para contornar isso e vão trabalhar na clandestinidade”.
Antony Barnett é redator de Assuntos de Interesse Público do periódico The Observer (Grã-Bretanha). Artigo publicado em 7 de dezembro de 2003

Conflito de interesses
Uma análise de 789 artigos dos jornais médicos mais importantes (The Lancet, New England Journal of Medicine, Journal of the American Medical Association, Annals of Internal Medicine) mostrou que um terço dos autores titulares tinham interesses financeiros em suas pesquisas, sob a forma de patentes, ações ou honorários das empresas, por estarem no Conselho Consultivo ou trabalhando como diretor.

Veja o website http://integrityinscience.org, onde você encontra todos os cientistas e pesquisadores comprometidos com as indústrias

http://www.taps.org.br/medcrise.htm
 
Pergunta ao Dr. Vernon Coleman
Ao famoso médico Dr. Vernon Coleman, autor de inúmeros livros e artigos na área da medicina e do combate à experimentação animal, perguntaram:"O senhor acha que a ampliação dos programas de vacinação poderia explicar o aumento do número de doenças graves, antes desconhecidas entre crianças pequenas? Mortes no berço, autismo, dislexia e diversos tipos de câncer são cada vez mais comuns. É possível que estejam relacionadas com as vacinas?"
Resposta"Acredito firmemente que se o programa de vacinação continuar — e for ampliado — veremos muitas doenças novas. Acredito, também, que doenças raras há uma ou duas gerações serão cada vez mais comuns.
Estudei vacinas e programas de vacinação durante mais de duas décadas e meu receio a seu respeito envolve três aspectos.Primeiro, os efeitos colaterais imediatos são preocupantes. Alguns são graves (como os danos cerebrais), outros mais leves.Segundo, temo os possíveis danos que essas vacinas podem causar ao sistema imunológico. Muitas crianças tomam 30 vacinas antes de chegar à idade adulta. Que efeito essas vacinas exercem sobre o organismo?Em terceiro lugar, estou preocupado com o fato de que as vacinas podem interferir no processo normal de crescimento — a exposição às doenças infantis comuns, que em sua maioria são relativamente inofensivas. Essas doenças não seriam necessárias para o desenvolvimento sadio do sistema imunológico? Será que as vacinas interferem com esse processo? Desconfio que sim.
Existe, também, o perigo de que as vacinas mudem a forma como as infecções afetam o corpo humano. A idade com que as crianças costumam contrair caxumba aumentou desde que a vacina contra caxumba foi introduzida. E a caxumba atípica (uma forma da doença muito perigosa e difícil de tratar) está se tornando mais comum. Que novas cepas de doenças estamos introduzindo ao usar vacinas de forma tão imprudente?"
Fonte: Vernon Coleman's Health Letter, vol. 5 nº 3, outubro 2000
 



"... vários vivisseccionistas ainda alegam que o que eles fazem ajuda a salvar vidas humanas. Eles estão mentindo. A verdade é que os experimentos em animais matam pessoas, e os pesquisadores em animais são responsáveis pelas mortes de milhares de homens, mulheres e crianças a cada ano."
Dr. Vernon Coleman (Membro da Sociedade Real de Medicina, Inglaterra)

 
FÓRUM DISCUSSÃO na COMUNIDADE ESTUDANTES DE MEDICINA -
ORKUT
"VIVISSECÇÃO - DEIXE SUA OPINIÃO COM SERIEDADE" http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=49019

Camila

Antônio, 29/5/2005 17:34
não vou questionar suas fontes nem tampouco dar meu parecer pessoal a respeito do assunto debatido aqui, pois não me envergonho em dizer que ainda não consegui chegar a uma definição...só estou postando para desmentir aquela estória de "animal morto conservado" utilizado em aulas de técnica cirúgica na USP (pelo menos na medicina). Sou aluna do 4º ano da medicina-USP e no ano passado tive sim um semestre de aulas de técnica com cachorros vivinhos da silva, bem como, neste ano, meus colegas de turma já estão se preparando pra fazer monitoria pro pessoal do 3ºano, cujas aulas serão no semestre que vem, praticando com cachorros bem vivos!! O pessoal do 5ºano também não fica de fora...tem aula de técnica também com cachorros vivos! Uma das coisas básicas da cirurgia (que dizem que temos que sair sabendo) é a hemostasia e isso é impossível de fazer em bichinhos mortos!!
 
FÓRUM DISCUSSÃO na COMUNIDADE ESTUDANTES DE MEDICINA -
ORKUT
"VIVISSECÇÃO - DEIXE SUA OPINIÃO COM SERIEDADE" http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=49019

26/5/2005 13:59
Caro Gustavo, Em que momento desrespeitei opiniões? Em que momento menosprezei a você ou seus amigos, que – diferente de mim - 'acham' que matar animais é a solução para se ensinar?Talvez seja a hora de abrirem suas mentes e aceitar a evolução. Em breve não haverá mais universidades no mundo em que animais são mortos. O que você pretende fazer, então? Lutar pelo uso de animais? Se você pensa assim, dê opiniões baseadas em FATOS, em PESQUISAS, em ESTUDOS que mostrariam que matar animais para fins didáticos forma melhores profissionais do que usando métodos substitutivos.Acho que é uma coisa básica quando se defende uma opinião: ter um FUNDAMENTO. Senão, passa a ser um dogma. É isso que você defende?“...não podemos fazer que a verdade exteior seja implantada em nossa cultura...”Não existe uma VERDADE absoluta, meu caro - nem aqui na Espanha e nem em lugar nenhum do mundo. Mas existem sim melhores e piores alternativas. Creio eu que ‘não matar’ seria melhor alternativa do que ‘matar’. E, neste caso, com certeza tenho o apoio da maioria dos seres humanos que possuem alguma noção de ética e de justiça.


Antonio

26/5/2005 14:06
Sobre os métodos usados na USP, eu apenas disse o que vi em reportagens recentes.A USP já não utiliza animais vivos em suas aulas de Técnica Cirúrgica. Em seu lugar, utiliza cadáveres, especialmente preparados, de cães que vieram a óbito no Hospital Veterinário da Faculdade, método adaptado introduzido pela Profª Drª Júlia Matera. Os cadáveres são tratados com uma variação da Solução Conservadora de Larsen, do Hospital Cochin, de Paris, que preserva características como cor, consistência, textura e flexibilidade encontradas no animal vivo, tornando o método e a aprendizagem aceitos pelos alunos. Após a utilização, o cadáver é novamente armazenado em câmara fria, onde permanece por uma semana até ser reutilizado para um novo procedimento cirúrgico. Entre os procedimentos realizados pelos alunos estão as cirurgias de pele, cirurgias de orelha, cirurgias da cavidade oral, esofagotomia cervical, ressecção da glândula mandibular, sublingual, traqueostomia, cirurgias do olho e anexos e orquiectomia.“...não me venha querer defender animais, voce ao menos deve ter sentimento por humano, uma vez que voce e ATEU”Defendo um tratamento ético a animais sencientes independentemente da raça ou espécie a que pertencem, caro Gustavo.Acreditar ou não em Deus, não me faz ter mais ou menos “sentimento” – as melhores palavras seriam caráter e ética – pelos animais. A ética é absoluta. Assim, defendo os humanos de acordo com o que eles SÃO – seres que sentem, sofrem, temem a morte e desfrutam da liberdade – e não de acordo com o que eles fazem. Em fim, tome cuidado com preconceitos que você está mostrando. Isso dificultará muito as relações profissionais (quando você se formar terá de saber ouvir opiniões de médicos de todo o mundo) e pessoais. Não julgue as pessoas pela crença ou de acordo com o lugar de onde elas vêem. Espero que eu esteja enganado sobre você ter essa visão xenófoba, em pleno século XXI.
 
FÓRUM DISCUSSÃO na COMUNIDADE ESTUDANTES DE MEDICINA -
ORKUT
"VIVISSECÇÃO - DEIXE SUA OPINIÃO COM SERIEDADE" http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=49019

Antonio

25/5/2005 15:11
Caro Gustavo, Acho que minha opinião “seca”, devido ao pouco tempo que tinha disponível para deixar o último post, o fez pensar que eu sou apenas um defensor dos animais, que pretendia defender o fim da ciência, em benefício dos animais. Não é isso! Eu apenas defendo uma evolução cientifica no Brasil, assim como tem ocorrido em todos os cantos do mundo.Se a USP forma excelentes profissionais, é por causa da residência e não por causa da aula de técnica cirúrgica. Os estudantes passam um semestre “aprendendo” em cães e, anos depois, têm de fazer residência e, aí sim, ganham maior responsabilidade e são obrigados a ‘DESAPRENDER’ que vidas são descartáveis. Acho, portanto, que essas aulas são um atraso, quando são dadas, em sua TOTALIDADE, em animais. Nenhum estudante dessa comunidade será formado para operar cães, convenhamos! Mas, pelo que eu sei, a USP não usa cães saudáveis nas aulas de técnica. Eles fazem exatamente como eu defendo; Utilizam cadáveres de animais, utilizando uma substância que conserva as propriedades do animal, mesmo com alguns dias depois da morte (Acho que até 15 dias).É claro que existem algumas propriedades básicas semelhantes em humanos, a ponto de poderem ser aprendidas em cães. O que eu questiono é: 1- O ensino de toda a técnica cirúrgica em cães, sem considerar as diferenças anatômicas e fisiológicas entre as espécies. 2- a imoralidade do assassinato de cães ESPECIALMENTE para fins didáticos. Espero que eu tenha sido mais claro.
Um abraço.


Antonio

25/5/2005 15:09
Caro Renato,
Me desculpe se o ofendi apenas colocando uma visão diferente da sua sobre a evolução da ciência. E que fique bem claro que essa não é uma disputa de egos, mas sim uma exposição de opiniões. Portanto, não é necessário que se sinta moralmente ameaçado. Não dirigi a palavra a nenhum de vocês quando disse que muitos estudantes são alienados; é apenas uma constatação. Muitos vivem apenas em seu próprio mundo fechado, sem nenhuma idéia do que ocorre nas melhores universidades do mundo, sobre as evoluções e métodos novos de aprendizado e, acima de tudo, sobre a ética, que não deve ser ‘dicotomizada’ da ciência, como muitos fazem.Como vc pode afirmar o absurdo de que a fisilogia e a anatomia dos animais ñ são parecidas com a humana?Por favor, caro Renato, não deturpe o que eu disse. Não afirmei que não sejam ‘parecidas’. Está escrito uma página atrás se quiser reler; eu disse que não acho correto extrapolar resultados obtidos em animais para humanos.Alguns poucos exemplos de sucessos apenas validam o que eu disse; Existem semelhanças sim, mas jamais poderemos admitir que os resultados obtidos em experimentos com macacos, sirvam para humanos. As vítimas da talidomida podem te explicam melhor isso, caro Renato. As vítimas do mais recente Viox, do Opren, do Zolmid, do dinitrofenol, do Flecaidine, da Encainida, do Tegretol, etc... “Eu já tive várias aulas de sutura vascular e gastrintestinal; de colecistectomia e de cirurgia cardíaca em suínos com um ótimo aprendizado.”Meu caro, sinto muito lhe informar, mas aprender mesmo, você ainda não aprendeu. Você obteve um conhecimento teórico de como deve-se proceder em humanos. Pode ter sido um bom aprendizado teórico realmente, mas se tornar automático em alguma prática não é nada bom para um estudante de medicina. Você só se tornará apto a fazer suturas em humanos depois de observar e praticar EM HUMANOS. Em porcos e cães, talvez você já esteja pronto; mas acho que este não seja seu objetivo principal.
 
FÓRUM DISCUSSÃO na COMUNIDADE ESTUDANTES DE MEDICINA -
ORKUT
"VIVISSECÇÃO - DEIXE SUA OPINIÃO COM SERIEDADE" http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=49019

Gabriel

Sou contrário 23/5/2005 13:45
Não se aprende nada de útil com vivissecção. Serve apenas para:
1. Gastar o dinheiro dos alunos com cadeiras inúteis
2. gastar o dinheiro dos contribuintes em universidades públicas
3. Encher o rabo de dinheiro de professores que se dedicam a isto
4. dar dinheiro para quem caça e/ou cria os animais
5. fazer sofrer animais indefesos.
 
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Antonio22/5/2005 12:39
Cara Lucia, Ja tive praticas de fisiologia em que eram usados ces apenas para demonstraçao da teoria o que eu acho totalmente desnecessario e, fora essas, jamais tive aulas em que eram mortos animais. Meu aprendizado no ficou deficiente por causa disso, posso garantir. Hoje sou professor, dou aulas para 3 turmas de Medicina, e j consegui o apoio de TODOS os alunos (segundo pesquisas da universidade) da rea de sade/biomdicas na utilizao de mtodos substitutivos nas aulas em que, antigamente, eram mortos animais.Fico contente em saber que esse assunto j debatido a no Brasil, apesar de ainda ser pouco aceito, especialmente pela falta de informao dos estudantes, que so fortemente influenciados e manipulados por professores conservadores. Trabalho na Espanha h 15 anos e, desde 1994, o nmero de universidades que deixou de utilizar animais cresceu absurdamente estamos perto da totalidade!Na Alemanha j so quase 95% da faculdades de medicina. Nos Estados Unidos, temos exemplos como a HARVARD MEDICAL SCHOOL uma das melhores do mundo - e outras mais de 100 universidades, que no mais utilizam essas prticas arcaicas de vivisseco. Pesquisas indicam que em 2 anos no haver mais universidades norte-americanas que utilizam animais para fins didticos.Creio que essa mudana est chegando nos pases em desenvolvimento, como o Brasil. Infelizmente os avanos tecnolgicos ou mesmo ideolgicos levam mais tempo para serem adaptados realidade desse pas muita alienao, pouca leitura e, consequentemente, pouca informao....

Antonio22/5/2005 11:42“como vc pode exigir competência do médico que vai suturar sua barriguinha se vc o priva das condições para um bom treinamento?”Caro Renato, tive a oportunidade de me formar em dois cursos – Veterinária e Ciências Biológicas – e aprender, com isso, diferenças básicas entre os seres viventes, sencientes (humanos, cães, rãs, etc.) ou não. Espero nunca ser operado por médicos que aprenderam a suturar usando não-humanos. Esses são muito mais veterinários do que médicos, sinceramente. É uma questão simples de conhecimento de anatomia e fisiologia comparada, meu caro. Como extrapolar resultados obtidos em cães, para humanos? Um velho amigo, médico e professor, costumava dizer: “prefiro dar aulas de sutura em almofadas a iludir meus alunos com práticas em animais”. Espessura, consistência, vascularização, densidade... tudo isso varia entre as espécies de animais. Até mesmo o tipo de anestesia utilizado pode modificar algumas propriedades do tecido.Então, apenas para concluir, aulas práticas de técnica cirúrgica, no curso de Medicina, dadas em animais, apenas torna estudantes automáticos e com excesso de auto-confiança. O verdadeiro APRENDIZADO – e não o perigoso automatismo – depende de EXPERIÊNCIA e REALIDADE, e um contato freqüente com as diferenças anatômicas e fisiológicas.Como confiar em um médico que aprendeu, desde os primeiros anos de faculdade, em técnica cirúrgica, que se ‘cometer um erro, basta jogar fora e pegar uma outra vida??? Estranho, não?Bom, espero que pensem a respeito e apresentem opiniões com fundamentos, baseadas em fatos.
Um abraço.
 
FÓRUM DISCUSSÃO na COMUNIDADE ESTUDANTES DE MEDICINA - ORKUT "VIVISSECÇÃO - DEIXE SUA OPINIÃO COM SERIEDADE" http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=49019

VIVISSECÇÃO-Deixe sua opinião com seriedade 21/5/2005 15:46Gostaria que deixassem aqui suas opiniões sobre vivissecção.Em BH existe um grande movimento de estudantes de medicina, ONGs e advogados ambientalistas que não concordam com a barbaridade desta prática que gera tanto sofrimento e dor em animais indefesos,como por ex. cachorros que só tiveram a culpa de não ter donos, de serem abandonados nas ruas.No mundo inteiro é cada vez maior o núm. de pessoas contra esta prática.Gostaria que pensassem um pouco sobre a gratuidade da vivissecção.Vivissecção é crime previsto no art. 225 da Constiuiçãoo Federal, na Lei 9605/98, art.32 e parágrafos . É CRIME DE MAUS TRATOS!!!!!os professores e acadêmicos consideram normal e aceitável a pratica e se apóiam na lei 6.638 /79 que autoriza a vivisseccao no Brasil. Detalhe: essa Lei já esta tacitamente revogada pela Constituição de 88 e pela Lei de crimes ambientais de 98.Todos nós sabemos o que é a dor e o sofrimento físico, é igual em seres humanos ou animais."A grandeza de uma nação e o seu progresso moral pode ser medido pelo modo como seus animais são tratados".GHANDI
 

Dr. Vlasak - VIVISSECÇÃO - ANIMAIS EM LABORATÓRIOS




Dr. Jerry W. Vlasak, Médico Cirurgião - Estados UnidosTrauma Surgeon, San Bernardino County Medical Center; Trauma Surgeon, Loma Linda University Medical Center; Level I Trauma Center- All aspects of Trauma/ Critical Care; Associate Director of Surgery, Waterbury Hospital Health Center; Full-time involvement with resident education; Director, Surgical Intensive Care Unit; Associate Director, Trauma Services; Private Practice, Santa Barbara County, California; Founded and developed Central Coast Surgical Group.
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Técnica cirúrgica»
Você acredita que o uso de animais durante a educação médica é indispensável para o ensino de técnica cirúrgica? Porquê?
Dr. Vlasak: Obviamente que não. Nenhum cirurgião nos EUA aprendem cirurgia praticando em animais. Apenas uma universidade daqui requer animais de laboratório, e todas oferecem alternativas para a dissecção animal. Animais são tão diferentes em tantos aspectos, e a prática provinda deste tipo de experimento não são confiáveis quando praticamos a medicina humana. Mais importante, como podemos esperar que jovens cirurgiões desenvolvam sensibilidade, quando eles são ensinados a matar animais saudáveis.
Que tipo de alternativas você sugeriria para a substituição dos animais durante o treinamento cirúrgico?
Dr. Vlasak: Como citado anteriormente, animais não são utilizados para se aprender técnicas cirúrgicas nos EUA. Os animais ainda são usados em pesquisa básica, não porque eles são um bom meio para se aprender mais, mas porque tal prática é tão estabelecida, e há tanto dinheiro sendo gerado pela indústria animal-biomédica.
Que tipos de prejuízos (éticos, psicológicos, etc.) o uso de animais na educação médica pode causar ao estudante de medicina?
Dr. Vlasak: Como um jovem médico pode justificar a matança de um ser saudável para se aprender o que pode ser facilmente aprendido, em um nível muito mais real, através do uso de simulações de computadores e ambientes clínicos? Muitos estudantes de medicina nos EUA tem tido uma posição muito forte contra a matança de animais nas faculdades, e tem sido os grandes responsáveis pela substituição dos animais de laboratório. Mesmo em faculdades de veterinária os estudantes estão substituindo o animal de laboratório por experiências clínicas e outros métodos de ensino.
Cirurgiões daqui dizem que o estudante deve estar em contato com tecidos vivos, e que sem isso é impossível aprender a técnica cirúrgica. Alguns desconhecem universidades pelo mundo que não utilizem tecidos vivos para o ensino de cirurgia. É verdade?
Dr. Vlasak: Nos EUA, a cirurgia é ensinada por cirurgiões mais experientes, conduzindo jovens residentes através de procedimentos cada vez mais complicados na sala de operações humanas. O tecido vivo é usado, como também se aprende corretamente sobre fisiologia e anatomia humana. Gostaria de repetir que nenhum cirurgião nos EUA aprendem cirurgia em animais não-humanos.
E alguns deles também afirmam que mesmo que não se exija o uso de animais durante o período de graduação, certamente utilizarão após a graduação. É verdade?
Dr. Vlasak: Como expliquei acima, o treinamento em animais na graduação e pós graduação não é requerida, mas usualmente existe uma opção para aqueles que desejam realizá-la. Mesmo no treinamento cirúrgico, é uma opção estritamente de pesquisa orientada, e não é obrigatória. Apenas nas escolas de medicina das forças armadas existe a exigência de dissecção no currículo. Enfim, os estudantes não são exigidos na prática de dissecção em estágios mais avançados.
É possível ser um bom cirurgião sem ter aprendido com animais?
Dr. Vlasak: Sou um bom cirurgião, e não aprendi em animais.
Você pode explicar mais sobre o período de residência (por exemplo), onde os estudantes estão em contato com pacientes humanos e aprendem métodos cirúrgicos em seres humanos?
Dr. Vlasak: Temos um período de 5 a 7 anos de residência em cirurgia nos EUA. Começando no primeiro ano, os residentes são conduzidos através de operações simples, como reparos de hérnia e biópsias de mama, com um cirurgião mais experiente supervisionando atentamente. Desta forma se ensina as técnicas de tecido corretamente, e é combinado com o ensino didático da sala de operação e enfermarias. A medida em que o período de residência avança, o residente vai tendo contato com operações cada vez mais complexas, sempre sob supervisão de um cirurgião experiente.
Realidade virtual e outras tecnologias não dão ao estudante informações importantes sobre sinais vitais, hemorragias, tato. É verdade?
Dr. Vlasak: A realidade virtual está ficando cada vez melhor com o passar do tempo. Especialmente na área de cirurgia laparoscópica, alguns dos simuladores são recursos muito bons no ensino de destreza e coordenação olho-mão.
Algum comentário adicional?
Dr. Vlasak: Os animais não somente são desnecessários e raramente usados na educação médica nos EUA, como a ausência da matança de indivíduos saudáveis propicia o ensino da compaixão e preocupação nos jovens médicos. Eu estive viajando pela Europa oriental, onde as técnicas não-animais são adotadas com entusiasmo, e novas simulações de computadores foram apreciadas. O uso de animais não-humanos para ensinar medicina humana é um conceito do passado, e está sendo substituído por alternativas mais eficazes e humanas.

Entrevista concedida à Thales Tréz em dezembro 1999

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